A Área Marinha Protegida das Avencas (também conhecida como Zona de Interesse Biofísico das Avencas ou IBA) foi o local escolhido pelas professoras do Externato de São José, em Lisboa para mais uma ação do Projeto Despertar para a Natureza.
Com o intuito de estudar um ecossistema marinho, a Geologia do Litoral e problemas de ordenamento, os alunos com a orientação do professor destacado na LPN e pelas professoras da escola, estudaram e investigaram a Geologia das Avencas, sua influência no modelado da paisagem e existência da vida entremarés, caminhando no areal entre a praia das Avencas e a praia da Bafureira.
O professor destacado na LPN caraterizando as diferentes zonas de distribuição dos organismos do litoral.
A convergência de fatores geológicos, de carsificação dos calcários e dos filões de basalto que formam poças de maré e grandes plataformas rochosas atravessadas por canais naturais, permite que muitos organismos encontrem refúgio, tornando a Praia das Avencas uma das zonas intertidais (ou zona entremarés) mais diversificadas e ricas da costa portuguesa. Por essa razão, e porque o litoral está sujeito a um grande impacte e pressão antrópica, a plataforma rochosa e o areal da Praia das Avencas obteve a classificação de Área Marinha Protegida das Avencas tornando-se na primeira área protegida com gestão local do país. Esta praia, situada em Cascais, deve o seu nome a uma planta – a Avenca – com longa tradição de uso medicinal.
Observando os seres vivos entre os canais resultantes dos filões magmático.
Observando os organismos das poças de maré.
Nos ecossistemas entremarés rochosos é observável a influência dos fatores abióticos sobre os organismos. Esses habitats da zona intertidal variam de forma dramática onde os seres vivos se adaptaram utilizando diversas estratégias de sobrevivência. Numa zona que fica duas vezes por dia emersa e duas vezes imersa alguns seres vivos agarram-se com firmeza às rochas fixando-se e suportando as diferentes condições de submersão ao ritmo das marés. Em locais mais altos, os organismos só ficam submersos durante períodos breves, suportando uma longa exposição ao vento e ao sol, enquanto a zona da maré baixa fica quase sempre submersa.
Lesma do mar ou Lesma marinha.
Fóssil de bivalve com cristais de calcite e molde interno de fósseis de gastrópodes.
Caranguejo-verde - Carcinus maenas e cracas – Chthamalus montagui
Com o apoio da EPAL que proporcionou uma vez mais o transporte, esta saída de campo permitiu aos alunos terem uma abordagem interdisciplinar pois as questões do ambiente e de ordenamento do local implicam necessariamente abordagens sistémicas. A questão do Ordenamento do litoral face às alterações climáticas, da Física e Química, atendendo às variações do meio em os seres vivos se encontram, da informação sobre os paleoambientes evidenciado nas rochas, da dinâmica fluvial decorrente das ribeiras que desaguam nas praias e da ocupação/intervenção humana no litoral ao longo da história na área da Plataforma de Cascais foram temáticas mencionadas nesta saída de campo.
Carvão (material vegetal incarbonizado), testemunhando uma deposição em ambiente redutor (pouco oxigenado).
Plataforma de abrasão marinha – aspeto da erosão da arriba e de fraturação que potencia a queda de blocos.
Foi um dia cheio de surpresas de observação direta em contacto com o meio semi-natural, numa forma agradável e didática de trazer os jovens para atividades fora da escola através de abordagens mais motivadoras.
Se deseja receber informação atualizada sobre a LPN, por favor insira o seu email:
© 2018 Liga para a Protecção da Natureza.
Powered by bluesoft.pt