Nome comum | Víbora-cornuda
Nome científico | Vipera latastei
Estatuto de conservação a nível global | Vulnarável (VU)
Estatuto de conservação em Portugal | Vulnerável (VU)
DESCRIÇÃO
Espécie endémica da Península Ibérica e do norte de África que pode atingir os 70cm. Tem uma cabeça larga e triangular com um apêndice em formato de corno na extremidade do focinho, característica que a distingue das outras cobras da nossa fauna. Sendo uma víbora, tem uma pupila vertical, em vez de redonda. As escamas que revestem a cabeça são mais pequenas e fragmentadas nas víboras do que nas restantes espécies. Tem o dorso pardo ou acinzentado, com um padrão escuro em forma de ziguezague ao longo do corpo. O ventre é claro, com manchas dispersas.
DISTRIBUIÇÃO
A víbora-cornuda distribui-se pela Península Ibérica e norte de África. Encontra-se de norte a sul de Portugal mas em núcleos isolados, sobretudo em regiões montanhosas
HABITAT
Prefere zonas rochosas, com alguma vegetação como matas, bosques e muros de pedra com vegetação. Também pode estar presente em zonas de carvalhos e coníferas com locais de refúgio, bem como zonas arenosas com vegetação arbustiva. A sua distribuição é afetada pela presença humana e condicionada pela existência de locais que lhe permitam refugiar-se, hibernar e termorregular.
REPRODUÇÃO
A maturação sexual ocorre por volta dos 4 anos nos machos e dos 5 nas fêmeas. As fêmeas dão à luz apenas a cada 3 anos, fator que pode dificultar a sua conservação. É uma espécie ovovivípara, ou seja, as crias desenvolvem-se em ovos, dentro do corpo materno. A maioria dos répteis são ovíparos (depositam ovos no exterior) mas as víboras são ovovivíparas. O acasalamento ocorre na Primavera, por volta dos mês de abril e a fêmea dá à luz a partir de agosto. O número de crias é variável, podendo ser de 2-13 crias.
LONGEVIDADE
Pode viver até aos 11 anos no caso dos machos e até aos 14 nas fêmeas.
DIETA
É uma espécie carnívora, procurando acima de tudo micromamíferos e pequenos répteis como lagartixas e juvenis de sardão ou de lagarto-de-água. A dieta dos adultos pode também incluir aves e artrópodes. Enquanto juvenis, alimentam-se sobretudo de sáurios (répteis) e invertebrados.
AMEAÇAS
A víbora-cornuda é atualmente uma espécie ameaçada, essencialmente devido à perda e degradação do seu habitat, por ação humana. O desenvolvimento urbano, bem como a agricultura intensiva, que destroem zonas rochosas e arbustivas, habitats preferenciais da espécie, são as suas principais ameaças. Além disso, os incêndios frequentes bem como as alterações climáticas (alteração do habitat, seca, temperaturas extremas) contribuem também para a diminuição das populações da espécie. Finalmente, é de destacar que ocorre um elevado número de mortes por atropelamento.
CURIOSIDADES
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