Nome comum | Salamandra-lusitânica
Nome científico | Chioglossa lusitanica
Estatuto de conservação a nível global | Quase Ameaçado (NT)
Estatuto de conservação em Portugal | Vuknerável (VU)

 

 

DESCRIÇÃO

A Salamandra-lusitânica é uma espécie endémica da Península Ibérica. Tem um corpo cilíndrico negro na zona dorsal, com duas listas douradas ou alaranjadas, e acinzentado na zona ventral. Os olhos são proeminentes e as patas dianteiras têm 4 dedos, enquanto as traseiras têm 5. Pode chegar aos 16 cm, sendo que o tamanho da cauda é consideravelmente maior que o corpo.

 

DISTRIBUIÇÃO

Encontra-se no noroeste de Espanha (Galiza e Astúrias) e noroeste e centro de Portugal, tendo como limites a serra da Estrela (a este), o rio Tejo (a sul) e as serras do Buçaco e Lousã (centro/oeste). É também possível encontrá-la na serra de Sintra, onde foi aparentemente introduzida.

 

 

HABITAT

Habita principalmente regiões montanhosas (até 1100m de altitude) e requer condições específicas para sobreviver, como um clima temperado (temperaturas amenas), em locais com elevada humidade relativa. Pode encontrar-se, portanto, junto a pequenos cursos de água, limpa, bem oxigenada e com vegetação densa, bem como em grutas e antigas minas de água. A vegetação circundante também a influencia, preferindo bosques de carvalhos e lameiros (terrenos húmidos, com pasto). Em campos agrícolas ou zonas florestais com espécies exóticas, como por exemplo eucaliptal, a espécie tende a manter-se próxima dos ribeiros, sendo que em bosques de espécies autóctones, pode afastar-se mais dos cursos de água.

 

 

REPRODUÇÃO

A salamandra-lusitânica, à semelhança de outras espécies de anfíbios, depende dos cursos de água para se reproduzir, uma vez que as fêmeas depositam os ovos (12-20) nos cursos de água, fixando-os frequentemente ao substrato. As larvas mantêm-se em zonas de água tranquilas até completarem a metamorfose, ao fim de 1-2 anos, quando se tornam adultos totalmente formados. 

As fêmeas atingem a maturidade sexual por volta dos 4-5 anos e os machos ao fim de 3-4 anos. Em Portugal, a reprodução ocorre principalmente entre maio e novembro.

 

 

LONGEVIDADE

Pode viver até aos 8 anos.

 

 

DIETA

Os anfíbios são principalmente carnívoros e a salamandra-lusitânica não é exceção, alimentando-se de insetos, aracnídeos e pequenos moluscos. Na fase larvar, alimenta-se de pequenos insetos aquáticos, moluscos e crustáceos.

 

 

AMEAÇAS

Sendo uma espécie restrita a determinadas regiões do país e que requer condições muito específicas para sobreviver, uma das principais ameaças à sua sobrevivência é a perda e destruição do habitat, como a conversão das áreas de vegetação autóctone, associadas a cursos de água, em zonas agrícolas e de monoculturas florestais, como pinhal e eucaliptal. Os ribeiros destas zonas apresentam menos recursos de alimento, nomeadamente das espécies preferenciais da salamandra-lusitânica.

A poluição dos cursos de água com químicos provenientes da agricultura ou de efluentes de indústrias e zonas urbanas, também são uma forte ameaça a esta espécie, que depende de uma boa qualidade da água para se reproduzir e viver.

A sobre-exploração dos recursos hídricos nomeadamente para usos agrícolas, o risco de incêndio, a introdução de espécies invasoras ou a presença de doenças, constituem ainda outras ameaças a esta espécie.

 

 

CURIOSIDADES

  • Para distrair predadores e fugir, consegue libertar a cauda intencionalmente, que depois é regenerada, num mecanismo semelhante ao das lagartixas, chamado autotomia;
  • As folhas de eucalipto podem ser tóxicas para as salamandras;
  • Tem duas subespécies (divisão de uma espécie): Chioglossa lusitanica lusitanica e C. l. longipes, distribuindo-se a sul e a norte do rio Mondego, respetivamente.

 

 

 

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