Nome comum | Camarão-girino
Nome científico | Triops vicentinus
Estatuto de conservação a nível global | Em Perigo (EN)
Estatuto de conservação em Portugal | Em perigo (EN)
DESCRIÇÃO
Espécie endémica de Portugal. É um branquiópode, ou seja, um pequeno crustáceo, de água doce. Tem cerca de 50 pares de apêndices locomotores (toracópodes) que são uma espécie de patas e não atingi mais do que os 7cm. A carapaça é castanho-alaranjada nos adultos ou esbranquiçada e translúcida no caso dos juvenis. Tem 3 olhos (2 olhos compostos e 1 olho naupliano, utilizado na perceção de luz). Os machos e fêmeas são muito semelhantes, com a pequena diferença que os machos têm a carapaça mais redonda e baixa que as fêmeas, mas a destas é maior. O 11º par de toracópodes é também diferente, sendo que as fêmeas apresentam uma espécie de bolsa para armazenar os ovos.
DISTRIBUIÇÃO
O camarão-girino está restrito ao extremo sudoeste de Portugal, distribuindo-se desde o concelho de Vila do Bispo a Faro.
HABITAT
Encontra-se apenas em charcos temporários de água doce (como os charcos temporários mediterrânicos), que se caracterizam por serem depressões que alternam entre uma fase seca (no verão) e uma fase inundada. Foi identificado em cerca de duas dezenas de charcos. Passa grande parte do tempo no fundo do charco, podendo também nadar na coluna de água.
REPRODUÇÃO
A espécie atinge a maturidade sexual por volta das 4 semanas, podendo variar consoante as condições ambientais, nomeadamente a temperatura. Uma das particularidades desta espécie são os cistos (que podem ser ovos ou já embriões) – estruturas muito resistentes que podem ficar no solo durante anos ou décadas até que o charco tenha níveis de água adequados novamente, ou até passar pelo sistema digestivo de animais sem sofrer alterações. As larvas rapidamente se tornam juvenis e depois adultos. Os cistos são esféricos e vermelho-acastanhados. O número de cistos, enterrados no sedimento pelas fêmeas, depende do tamanho destas.
LONGEVIDADE
O ciclo de vida pode chegar aos 5-6 meses.
DIETA
O camarão-girino é omnívoro, sendo que numa fase inicial da vida alimenta-se de matéria orgânica particulada, bactérias e microalgas e depois de detritos, cadáveres de organismos aquáticos, outros crustáceos, minhocas de água, larvas de insetos ou girinos. Pode também ser canibal, alimentando-se de indivíduos da própria espécie.
AMEAÇAS
As principais ameaças a esta espécie estão relacionadas com a perda e degradação do seu habitat, que passam por operações de drenagem do solo, contaminação da água por agroquímicos ou outros resíduos poluentes. As alterações climáticas são outro fator que afeta o camarão-girino, dado que a redução da pluviosidade e o nível dos lençóis freáticos diminuem a disponibilidade de água nos charcos. Caso o seu hidroperíodo (época em que ficam inundados) seja inferior ao necessário para que a espécie atinja a maturidade sexual, os charcos podem tornar-se inabitáveis para esta espécie.
CURIOSIDADES
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