Nome comum | Abetarda

Nome científico | Otis tarda

Estatuto de conservação a nível global | Vulnerável (VU)

Estatuto de conservação em Portugal | Em perigo (EN)

 

 

DESCRIÇÃO

Ave terrestre de grande porte, que se caracteriza por um acentuado dimorfismo sexual, uma vez que os machos podem chegar aos 16 kg, com o dobro do tamanho das fêmeas, que apenas atingem os 4-5kg. As penas apresentam tons creme, cinzento e branco, com barras irregulares negras. Além do tamanho, as fêmeas distinguem-se dos machos por apresentaram um pescoço mais fino e tonalidades mais claras. Na primavera os machos apresentam uma plumagem castanho-escura e avermelhada no pescoço e tufos de penas no bico, que se assemelham a bigodes. É uma espécie gregária, ou seja, tende a agrupar-se em bandos.

 

 

DISTRIBUIÇÃO

A abetarda distribui-se por diversas zonas, de forma descontínua, desde o norte de África e Península Ibérica, ao centro e sul da Europa, Ásia Menor e zona oriental da China.

Apesar de ser uma espécie residente, em Portugal continental tem uma distribuição muito localizada e fragmentada, estando restrita ao Alentejo, sobretudo no concelho de Castro Verde mas também dos concelhos de Mértola, Almodôvar, Aljustrel, Beja e Ourique.

 

 

HABITAT

É considerada uma ave estepária uma vez que prefere zonas de estepe. Em Portugal, depende de habitats artificiais denominados pseudo-estepes ou estepes cerealíferas, que se caracterizam por serem grandes áreas de agricultura extensiva, ou seja, onde existe uma rotação entre culturas de cereal de sequeiro (trigo e aveia) e pousio (pastagens). Estas zonas dispõem de uma grande diversidade de oportunidades alimentares. No verão e outono, pode também frequentar zonas de montado e olivais tradicionais. 

 

 

REPRODUÇÃO

É uma espécie poligâmica, podendo acasalar com diferentes parceiros, ao contrário de várias espécies de aves que formam casais monogâmicos. Os cuidados parentais não são partilhados, sendo que apenas a fêmea alimenta as crias. A abetarda põe 2-3 ovos no solo, em depressões abrigadas pela vegetação (searas ou pastagens altas), que são incubados durante 21-28 dias. A época de reprodução ocorre entre finais e de março e junho.

Para atrair as fêmeas durante a época de acasalamento, os machos agrupam-se em grandes bandos para realizarem paradas nupciais – enchem o peito e reviram as asas e penas da cauda, exibindo uma plumagem branca.

 

 

LONGEVIDADE

Pode chegar aos 15-20 anos.

 

 

DIETA

Os adultos são maioritariamente herbívoros, alimentando-se de plantas verdes espontâneas bem como de alguns invertebrados (principalmente durante o verão). As crias, alimentam-se de insetos e outros invertebrados.

 

 

AMEAÇAS

As populações de abetarda têm vindo a sofrer um decréscimo significativo, praticamente para metade, nos últimos anos. Os seus principais fatores de ameaça são a intensificação da agricultura e a o aumento da pressão humana. A conversão de uma agricultura extensiva em monoculturas cerealíferas de cultivo intensivo, representa um decréscimo na diversidade de habitat e, consequentemente na disponibilidade de alimento. Outros fatores como o aumento do uso de químicos (adubos e pesticidas) ou a transformação de culturas de sequeiro em regadio também acabam por afetar esta espécie. A destruição de habitat para construção de infraestruturas ou atividades como a caça também influenciam negativamente esta espécie.

 

 

CURIOSIDADES

  • 50% da população mundial desta espécie encontra-se na Península Ibérica;
  • A abetarda é a ave europeia mais pesada. Apesar disso é uma hábil corredora (atinge 48km/h) e para levantar voo precisa de ganhar balanço;
  • É uma ave muito tímida, não sendo fácil de observar. Normalmente, só é possível observá-la a cerca de 1000m de distância.

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