Riscos e sinergias na investigação liderada por jornalistas

O jornalismo de investigação é um pilar da nossa sociedade democrática. Permite descobrir e trazer a público a verdade acerca de pessoas, esquemas e episódios que, de outra forma, seriam ocultados e se perpetuariam na sombra. No entanto, esta procura pela verdade não é isenta de complexidades, desafios e, por vezes, até de perigos. Em várias regiões do mundo, aliás, os jornalistas que dedicam a sua investigação ao domínio do ambiente deparam-se com situações onde o seu bem-estar e até vida é colocada em causa para que as suas histórias e denúncias não vejam a luz do dia. Recentemente, a comunidade internacional recebeu com choque a notícia do assassinato do jornalista britânico Dom Phillips e do especialista em assuntos indígenas Bruno Pereira, perpetrado por pescadores ilegais no Vale do Javari, na Amazónia brasileira.

Estes profissionais, através da sua coragem, do mérito e complexidade ética da sua atividade prestam um imenso serviço à sociedade, com o potencial de desencadearem transformações sociais, legais e políticas. O próprio processo de investigação e de construção de cada narrativa requer um amplo envolvimento de atores, desde vários representantes da sociedade civil, a setores como a academia, instituições públicas e privadas, pressupondo que várias vozes sejam ouvidas, que todos os lados sejam auscultados e que a versão final assente sobre uma robusta base de informação.

Com moderação da jornalista Elisabete Rodrigues, co-fundadora e diretora do Sul Informação, nesta mesa-redonda propomos uma breve viagem ao mundo do jornalismo de investigação em Portugal e do papel que tem tido na revelação de casos e projetos danosos para o ambiente no nosso país. Que riscos e dificuldades estão patentes no nosso território e que sinergias esta tipologia de jornalismo ajuda a cultivar? Muito para ouvir e descobrir com Christiana Martins, jornalista da SIC-Expresso, Pedro Miguel Santos, jornalista e Rita Alcazar, bióloga coordenadora da delegação de Castro Verde da Liga para a Protecção da Natureza.