Jornalistas de ambiente: espécies em vias de extinção

Portugal, tal como muitos outros países, enfrenta o desafio premente da insuficiente cobertura jornalística de assuntos ambientais críticos. Num momento em que a diversidade e densidade dos temas ambientais se avolumam, esta lacuna tende a tornar-se mais óbvia e a exercer, com maior severidade, os seus efeitos junto da comunidade jornalística e da sociedade como um todo.

No leque de possibilidade capazes de explicar esta escassez, salientam-se duas ausências: a longa ausência de investimento das redações na área do ambiente, e a ausência de oportunidades de capacitação e especialização dos jornalistas nestes domínios ao longo do seu percurso académico e após o mesmo. No seguimento das conversas encetadas na primeira edição da Semana do Jornalismo de Ambiente e das ilações dos temas discutidos até à data na presente edição, propomo-nos a olhar para a vertente da formação académica e do papel vital que poderá ter na inversão do cenário atual.

As instituições académicas têm um papel único a desempenhar na preparação dos futuros jornalistas para enfrentar estas questões complexas, dotando-os das competências e dos conhecimentos necessários para comunicar as preocupações ambientais com rigor e impacto. Exploraremos os currículos, os programas de formação e os esforços de colaboração que podem colmatar a lacuna identificada, com a esperança de inspirar mudanças positivos e dar azo a uma nova geração de jornalistas de ambiente no nosso país.

Numa conversa moderada por Daniela Santiago, editora de ambiente e ação climática da RTP, contaremos com a presença de Gustavo Cardoso, Professor Catedrático ISCTE-IUL e diretor do Observatório Português dos Media, Anabela Carvalho, Professora Associada no Departamento de Ciências da Comunicação da Universidade do Minho e Vera Moutinho, jornalista multimédia e Professora da Escola Superior de Comunicação Social, Instituto Politécnico de Lisboa.